domingo, 2 de setembro de 2012

Every new beginning comes from some other beginning's end



"Eu sei que lá no fundo
Há tanta beleza no mundo
Eu só queria enxergar
As tardes de domingo
O dia me sorrindo
Eu só queria enxergar
Qualquer coisa pra domar
O peito em fogo
Algo pra justificar
Uma vida morna
O mundo acaba hoje e eu estarei dançando com você
Não esqueço aquela esquina
A graça da menina
Eu só queria enxergar
Por isso eu me entrego
À um imediatismo cego
Pronta pro mundo acabar
Você acredita no depois?
Prefiro o agora
Se no fim formos só nós dois
Que seja lá fora
O mundo acaba hoje e eu estarei dançando com você"
(Agridoce - Dançando)

domingo, 19 de agosto de 2012

Vocês acreditaram no sonho, e eu em vocês!

(Sebá, 2007 e 2012)

Em 2005, quando conheci Inimigos da HP, não imaginava que graças a elas muita coisa mudaria em minha vida. 
No ano de 2007, os conheci pessoalmente, e depois do show do Santa Aldeia em Julho deste ano, estreitamos os laços, passei a conviver com as pessoas que habitam em cada um dos oito integrantes da Banda naquela época, com os músicos, técnicos, rodies e parceiros desta jornada de sucesso.
Neste mesmo ano, conheci as responsáveis pelo eterno e único Fã Clube Oficial, e desde o primeiro encontro, até os dias de hoje, construímos uma relação, baseada na confiança, na amizade e no amor.

(Carol, Pam, Brú e Dani)

Juntas vivemos um pedaço inesquecível da minha história, que lembro com carinho, saudade, e sem me arrepender de nada. Foram milhares de shows, sendo alguns importantíssimos como Gravação de CD, DVD, lançamentos, comemoração de 10 anos; viagens, aventuras, aniversários, planos, trabalho; o fim do Fã Clube Oficial, idas e vindas na Banda. Muito o que contar, e muito mais ainda para guardar no coração!

O que mais me alegra, é que aquela amizade que começou pelos ídolos em comum, comemora 5 anos em 2012. 5 anos que parecem 50! Com cada uma delas aprendi, convivi, ri, chorei, dancei, viajei... VIVI, VIVO E QUERO VIVER JUNTO para sempre, se o "sempre" existir, pois sabemos que independente da distância e dos caminhos que tomamos, a solidez permanece!

(Dani, Pam, Brú e Carol)

E de tanto vivermos juntas, outras pessoas importantíssimas passaram a fazer parte do meu mundo, e com o tempo passamos a descobrir interesses em comum, estudarmos e aprendermos, além de fazer de cada dia uma nova oportunidade de se divertir! Estou cercada de pessoas que quero bem, que me querem bem e que me completam!

(Lara, Mi e Carol)

Muita coisa mudou e machucou; outras, permaneceram intactas, lindas e essenciais! E é dessas coisas que eu preciso, elas que me fazem feliz, que lavam minha alma e fazem meu olho brilhar como o de uma criança de 5 anos, quando ganha um presente, um doce, ou como o coração de uma fã, acelerado e radiante na primeira oportunidade de abraçar quem admira e agradecer pelo o que ele significa; na primeira vez que poderá expressar o carinho, a gratidão e tudo aquilo que, mesmo sem que ele saiba, faz por ela.
Um segredo... eu sempre me sinto como na primeira vez!

(Gui, Cebola, Bonilha e Alemão)

"Porque eu sei que o amor que eu plantei, ainda vive em vocês!"
E sempre viverá em mim!



terça-feira, 7 de agosto de 2012

"Caminante, son tus huellas
el camino, y nada mas;
Caminante, no hay camino; 
se hace el camino al andar.
Al andar se hace camino 
Y al volver la vista atras
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante, no hay camino,
si no estelas en la mar"


Antonio Machado Campos de Castilla; Caminante.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Amor, eterno amor




Depois de sonhar tantos anos,
De fazer tantos planos
De um futuro pra nós
Depois de tantos desenganos,
Nós nos abandonamos como tantos casais
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também
Depois de varar madrugada
Esperando por nada
De arrastar-me no chão
Em vão
Tu viraste-me as costas
Não me deu as respostas
Que eu preciso escutar
Quero que você seja melhor
Hei de ser melhor também
Nós dois
Já tivemos momentos
Mas passou nosso tempo
Não podemos negar
Foi bom
Nós fizemos histórias
Pra ficar na memória
E nos acompanhar
Quero que você viva sem mim
Eu vou conseguir também
Depois de aceitarmos os fatos
Vou trocar seus retratos pelos de um outro alguém
Meu bem
Vamos ter liberdade
Para amar à vontade
Sem trair mais ninguém
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também
Depois


(Marisa Monte - Depois) - Nem preciso dizer mais nada!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Psicodrama e transtornos alimentares


"Também as oficinas de transtornos alimentares com trabalhos psicodramáticos têm apresentado resultados muito incisivos: o Psicodrama permite que se estabeleça o ponto de conexão entre a desordem de origem alimentar e suas verdadeiras causas sabotadoras da auto-estima e de sua relação com a imagem. Assim, são refeitos valores e os hábitos são passíveis de transformação. É o indivíduo que se torna agente de seu diagnóstico e o resultado obtido difere, em muito, daquele obtido através do exercício da autoridade médica.
O Psicodrama também tem sido aplicado em comunidades carentes em centros de recuperação de crianças desnutridas , onde sensibilizou o envolvimento paterno e provocou uma melhoria da relação afetiva com os filhos, o que proporcionou uma busca de identidade e consequente desenvolvimento de auto-estima por parte dos pais. Em consequência, o número de crianças desnutridas caiu drasticamente e o Centro adotou o perfil de creche."

"(...)O psicodrama permite visualizar as representações ligadas à alimentaçao, à auto imagem, reviver as histórias de vida onde os conceitos pessoais foram construídos. Permite ainda uma nova construcao de valores pessoais e reestruturação de hábitos da forma que acharem melhor. Os resultados sao muito alentadores, pois as pessoas conseguem perceber onde e em que questões estiveram amarradas e tornam-se capazes de tomar decisões sobre suas dietas ou outras motivações que descobrem como principais geradoras de seus conflitos. Em muitos casos descobre-se que os chamados transtornos alimentares encobriam outras necessidades mais importantes e fundamentais para as vidas dos participantes. Importante é também perceber que quando o individuo se torna protagonista de seu diagnostico, os resultados são melhores que aqueles obtidos através do exercicio da autoridade médica." (Nazira Scaffi)

Com a leitura desses dois depoimentos, encontrados no site da FEBRAP (http://www.febrap.org.br/portal/Default.aspx) a paixão pela ciência, arte e pelo ser humano tornou-se paupável, algumas idéias brotaram e eu vejo a possibilidade de um trabalho de fato.

sexta-feira, 11 de maio de 2012


Salve a Turma R de Formação em Psicodrama. Salve Rodaviva!!!
Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá.
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração.
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá.
A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou.
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá.
O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou.
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá. (Chico Buarque)

quarta-feira, 18 de abril de 2012

"Histórias Descubiertas" de volta ao Brasil como espetáculo integrante da 7ª Mostra Latino-Americana de Teatro de Grupo, na Oficina Cultural Oswald de Andrade 3
R. Três Rios, 363 - Bom Retiro - Centro. Telefone: 3222-2662. Não aceita reservas.  Não vende ingresso pelo telefone. Grátis. Dia 26: 18h. A partir de 25/04/2012 (Fonte: http://guia1.folha.com.br/guia/teatro/)





"Fuera del tiempo, en un momento en que no és de día ni de noche, dos mujeres con las costas descubiertas miran un álbum de fotografías"

Com palavras semelhantes a estas, as atrizes Danna Liberman e Florencia Infante (Impronta - UR), juntamente com os músicos Emiliano Pereira e Andrés Pigatto (UR), sob a direção de César Gouvêa (Cia. do Quintal - BR), estrelaram curta temporada do espetáculo "Historias Descubiertas" em São Paulo.
O pioneirismo da Cia. do Quintal no intercâmbio e co-produções entre conceituados grupos da América Latina culminou num espetáculo sensível, delicado e único, onde as atrizes Uruguaias reinventam não somente o passado, mas traçam as linhas do futuro e vivenciam o presente, através de fotografias projetadas que ilustram momentos, locais e acontecimentos importantes pelos quais passaram. 
Segundo César Gouvêa, as fotos são escolhidas após meditação antes de cada espetáculo, que conta com as linguagens da Improvisação e do Clown para viver o misto de emoções que um simples álbum de fotografias trás.
Em quatro dias de apresentações, embalados pela maestria da atuação e refinada trilha sonora, os espectadores foram convidados a compartilhar, conviver e extrair experiências e momentos inesquecíveis deste intercâmbio. Danna e Flor, num eterno exercício de sim ao parceiro de cena, constroem espaços, visões e sentimentos. Através do brilho no olhar característico palhaço, cuidado com a máscara e tudo que ela reverbera, criou-se uma conexão inexplicável com o público, independente de fronteiras e idiomas, que possibilitou o resgate mental de ao menos uma fotografia marcante para cada um dos presentes.
Eu sai de cada uma dessas apresentações maravilhada! Além de muito emocionada e agradecida. César já está cansado de saber do meu carinho, admiração e que é um espelho, a motivação do meu estudo na Impro e no Clown que me fez transcender as linhas imaginárias que cercam profissão, carreira e vida social, limitando-nos à submissão. Eu busco a subversão!
As queridas Danna e Flor do Uruguai, e as "payasas" Aurora e Solange, também tem meu respeito, carinho e admiração, e me estimulam, através do talento e personalidade, a buscar, conhecer, estudar, ter curiosidade, mais do que ver, enxergar, e ter o prazer nisso. Quero meu olho brilhando!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Sacoletras

"Quando beijo sou boca
Quando abraço sou braço
Quando olho sou olho
Quando ando sou passo
Quando amo sou todo
Amor em cada pedaço
Quando sofro sou lodo
Mas com um beijo renasço
Em cada coisa que sinto eu sou
Cada coisa que eu faço
Não sou fogo de palha
Pode espalhar, eu sou palhaço" (Cláudio Thebas)



"Na parede de um botequim de Madri, um cartaz avisa: Proibido cantar. Na parede do aeroporto do Rio de Janeiro, um aviso informa: É proibido brincar com os carrinhos porta-bagagem. Ou seja: Ainda existe gente que canta, ainda existe gente que brinca" (Eduardo Galeano)

quarta-feira, 28 de março de 2012

El Pasajero - Uma viagem improvisada



Dizem que a "saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar". Conversas, pesquisas, sonhos, prêmios, conquistas daqueles que admiro e muitas emoções pelas quais minha alma chama; mas não pelo passado, e sim pelo o que o presente tem, e o que o futuro trará! Os meus melhores encontros!



"A pesquisa de Gustavo Miranda e César Gouvêa que culminou no espetáculo “El Pasajero – Uma viagem improvisada” iniciou após o encontro dos atores no primeiro Festival Internacional de Improvisação Teatral promovido pela Cia do Quintal, no ano de 2006. Naquele momento, movidos pela admiração ao trabalho do parceiro, nasceu o desejo de trabalharem juntos, e deste desejo, após quatro anos, aconteceu a estréia do tão esperado espetáculo no dia 16 de Julho de 2011, na Sala Crisantempo, em São Paulo.

César Gouvêa, criador do espetáculo “Jogando no Quintal”, junto com Márcio Ballas, formou-se ator e se dedica à linguagem do palhaço a mais de dez anos, durante os quais trabalhou com nomes renomados na arte, como Cristiane Paoli Quito, Chacovacchi e Léo Bassi. Atualmente, a Cia. Do Quintal possui mais de dez espetáculos baseados nas técnicas de clown e improviso, sendo uma das mais renomadas do Brasil.

Gustavo Miranda é conhecido no Brasil por atuações nos espetáculos “Improvável”, da Cia. Barbixas de Humor, “Jogando no Quintal” e junto à Cia. Do Quintal em Festivais Internacionais de Improvisação. Ator formado pela Universidade de Antioquia (Medellín – CO) e fundador do grupo “Acción Impro”, reconhecido mundialmente por seus dez espetáculos, cujos integrantes atuam em encontros, campeonatos e festivais representando o país com a “Seleção Colombiana de Improvisação”.

Ultrapassando as barreiras culturais e linguísticas, César e Gustavo, embasados pela fragilidade e espontaneidade palhaço, dramaturgia e construção de cenas e personagens, bem como pela agilidade e prontidão do improvisador, relatam a saga um homem em um aeroporto, cuja maior viagem é a busca de sua memória. Para isso, são solicitadas ao público informações como nome e profissão, que darão início ao processo das recordações, através das quais histórias são construídas e seus principais detalhes, anotados nos biombos brancos que constituem o cenário do espetáculo, e mais, são utilizados como parte dele e cochia.

Gustavo dá vida ao passageiro, e César à três personagens com características físicas fixas, porém adicionais variáveis. Além dos quatro, são incontáveis os personagens construídos durante os pouco mais de sessenta minutos, com o auxílio de figurinos simples, estados, status, ações e direções corporais, além dos narizes confeccionados especialmente para a peça, que significam as menores máscaras, porém, as que mais revelam o quanto cada personalidade esconde.

As cenas improvisadas são brilhantemente unidas ao final do espetáculo, fazendo com que todos os passageiros desta viagem compreendam o que aconteceu com o personagem de Gustavo, que recupera sua memória, remonta os fatos e surpreende a todos com o desfecho de cada apresentação.

O risco da improvisação a serviço da dramaturgia teatral deram orgiem a um espetáculo belíssimo e atrativo, refinado quanto às técnicas e sensível às múltiplas personalidades e ocasiões às quais todos são expostos. 

Mais do que parabenizar apenas os grandes atores, mestres nas linguagens às quais se dedicam, reconheço também o trabalho árduo das equipes que se formaram, no Brasil e na Colômbia, para a execução deste trabalho incrível, e a todos que desde o primeiro passo, “La Cocina”, e o trânsito por “Cuando yo viajo”, confiaram e acreditaram no talento, inteligência e coragem de uma dupla de sucesso" (Agosto, 2010)






segunda-feira, 26 de março de 2012

Gota d'agua

Medéia, Eurípedes, Joana, Jasão, Creonte, Alma, Corina, Egeu e Gota d'agua, por Chico Buarque e Paulo Pontes em 1975. Tragédia grega, obra que relata o subúrbio carioca e se faz atual em cada frase.
Canta Jasão:
"Já lhe dei meu corpo
Minha alegria
Já estanquei meu sangue
Quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa
Por favor...
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água."

domingo, 25 de março de 2012

Das Vantagens de Ser Bobo

"O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando." 

Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia. 

O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski. 

Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu. 

Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?" 

Bobo não reclama. Em compensação, como exclama! 

Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. 

O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem. 

Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo."

Clarice Lispector

terça-feira, 20 de março de 2012

Convite ao encontro

“Mais importante do que a ciência, é o que ela produz
Uma resposta provoca centenas de perguntas
Mais importante do que a poesia, é o que ela produz
Um poema invoca uma centena de atos heróicos
Mais importante do que o reconhecimento, é o que ele produz,
produz dor e culpa
Mais importante do que a procriação é a criança.
Mais importante do que a evolução da criação,
é a evolução do criador.
Em lugar dos passos imperiais, o imperador.
Em lugar dos passos criativos, o criador.
Um encontro entre dois: 

olho no olho, cara a cara.
E quando estiveres próximo, 
tomarei teus olhos e os colocareis no lugar dos meus,
e tu tomarás meus olhos e os colocarás no lugar dos teus,
então, eu te olharei com teus olhos 
e tu me olharás com os meus.
Assim nosso silencio se serve até das coisas mais comuns
e o nosso encontro é meta livre:
o lugar indeterminado, em um momento indefinido, 
a palavra ilimitada para o homem não cerceado” 
Jacob Levy Moreno

Comunicação livre que gera conhecimento

"É possível mensurar as relações,
Por meio de afinidades entre os indivíduos,
Guiadas pelas interações espontâneas,
Há uma forma de agrupar de maneira harmoniosa.
Grupos atrelados por objetivos, intenções.
Objetivos que cunham critérios,
Critérios que definem escolhas,
Escolhas, intuitos, preferências
A rejeição se torna presente, necessária.
Enquanto a neutralidade é indiferente.
Eu escolho, rejeito, fico isolado
Sou rejeitado, escolhido, ou deixado de lado
O que é vital nessas relações? A reciprocidade.
A mútua escolha ou recusa, enfim, a tele.
Há motivações para interação!
Há espontaneidade, criatividade, possibilitando criação, recriação;
CRIAAÇÃO"
Ana Maria Zanchet
Aluna de Psicodrama nível I
Escola Criaação. Chapecó-SC

segunda-feira, 12 de março de 2012

Leonardo da Vinci, La déluge, 1910

"Oh! Que rumores assutadores escutam-se no ar obscuro rasgado pelo furor do trovão e pelas fulgurâncias de seus tremores, e que devastam e passam, abatendo tudo o que está na sua frente! Oh! Quantos destes você viu tampar seus ouvidos com suas mãos para não escutar o imenso rumor que enche o ar tenebroso do furor dos ventos misturados à chuva, e aos trovões celestes e ao furos dos raios! Outros não se limitam a fechar os olhos, mas põe suas mãos sobrepostas e as apertam para não ver o cruel destino que a cólera de Deus faz à espécie humana. Oh! Que desespero, e quantos loucos se precipitam do alto dos rochedos. Veem-se os ramos de um grande carvalho carregados de homens levados ao ar pela impetuosidade do vento.
Sejam quantas forem, as barcas estão viradas, umas totalmente, outras em pedaços, sobre pessoas que se esforçam por sua salvação, com atitudes e movimentos dolorosos, sentindo a morte ameaçadora. Outros, desesperados, se suicidam, não podendo suportar al angústia; uns jogam-se dos rochedos, outros estrangulam-se com as próprias mãos; outros, tomando seus filhos rapidamente, jogam-nos do aterro; outros batem-se com suas armas, matando-se a si próprios; outros caem de joelhos, suplicando a Deus.
Oh! Quantas mães choram seus filhos afogados, que elas sustentam em seus joelhos, erguendo seus braços abertos em direção ao céu e com o berro de uma voz que amaldiçoa a cólera divina; outros, mãos juntas e crispadas, mordem-se com um dente cruel com se se devorassem, ou rezam suplicantes, esmagados por uma imensa e insuportável dor."

domingo, 11 de março de 2012

Um brinde ao encontro!

O filósofo holandês Spinoza, diz que tudo o que existe são os encontros, e a potência destes em nos afetar. Além disso, diz que é da natureza de todos os corpos, incluindo o humano, afetar e ser afetado por outros corpos. A vida é um permanente jogo de encontros. Se nesse jogo, um corpo combina com o nosso, as forças se somam e acontece um aumento da nossa potência, que para Spinoza é alegria. Alegria se traduz em ação. Para o filósofo, este é o bom encontro. Todo bom encontro traz um transbordamento de vida!
O mau encontro é quando as forças se juntam, mas uma impede a ação da outra, uma deteriora a força da outra. Esse enfraquecimento gera tristeza, que se manifesta como falta de ação, passividade.
O índice para sabermos se o encontro foi bom ou mau, Spinoza chamou de afeto; os afetos, ou paixões primárias, são a alegria e a tristeza. Os outros afetos variam desses dois.